O começo do colégio
[Crônica de 17 de abril de 1999]
Em 1549, vindos com o governador geral Tomé de Souza, os jesuítas chegam ao Brasil e instalam-se na Bahia, de onde iniciam uma obra hercúlea, com reflexos até hoje na vida brasileira.
O seu chefe é um homem extraordinário, responsável por muito de bom que aconteceu nos primeiros anos de nossa história e que teve consequências pelos séculos seguintes, marcando a nacionalidade brasileira e, criando, desde o primeiro momento, a argamassa que solidificaria o Brasil, permitindo a manutenção do território, quando séculos depois, o império espanhol explodiu, dividido em dezenas de pequenos países.
Em 1550, Manuel da Nóbrega envia dois irmãos para São Vicente, onde fundam um colégio jesuíta. E, em 1.553, com a promoção de Santo André da Borda do Campo a vila, o próprio Nóbrega vem para a capitania, disposto a fundar um segundo colégio, nos campos de Piratininga.
Em companhia de outros padres, em 30 de agosto de 1553, ele chega ao planalto e instala os jesuítas provisoriamente em local atualmente desconhecido e ordena o início da construção do colégio, a ser feita em local estrategicamente escolhido, pela sua posição e possibilidade de defesa.
Em 25 de janeiro de 1554 as obras são inauguradas com missa solene, rezada pleo padre Manoel de Paiva, superior da missão e parente de João Ramalho, o grande líder leigo da região.
É praticamente impossível se enumerar os jesuítas que participaram desta primeira missa. Ao que parece, participaram dela os padres Leonardo Nunes, Vicente Rodrigues e Afonso Brás, e os irmãos José de Anchieta, Gregório Serrão, Manuel de Chaves, Pedro Correia e Digo Jácome.
O colégio era de pau a pique e seu telhado de palha. E o tosco altar utilizado pelo padre Manuel de Paiva para celebrar a primeira missa ficava no acanhado alpendre onde daí para a frente passaram a se desenrolar as principais atividades da incipiente comunidade.
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