Somos todos loucos?
Será que nós todos somos loucos? Se não somos, qual o sentido de morar num caixote gigante, com 11 milhões de pessoas dividindo o espaço e mais 11 milhões navegando em volta, com vontade de entrar?
São Paulo é isso: uma caixa gigante que, em vez de ter sardinhas, tem seres humanos, animais de estimação, animais de nem tanta estimação, pragas, doenças, poluição, trânsito ensandecido e o mais que você pensar para piorar sua qualidade de vida.
O que nos leva a morar aqui? Ganhar dinheiro é uma boa resposta, mas não responde tudo. Ganhar dinheiro é bom, mas viver bem também é e é possível se ganhar dinheiro morando num lugar menos estressante.
Então o que nos leva a ficar aqui? O que nos faz não ter coragem de partir? São Paulo não é o pior lugar do mundo? Eu sei que não. Pequim pode ter mais poluição, o México também e tem cidades que, além da poluição, tem também muito menos para oferecer.
Sim, é isso, São Paulo oferece muito! Oferece programas de todos os jeitos, 24 horas por dia. A gastronomia é top. O teatro é top. O cinema é top. E os museus são um capítulo à parte. Vão de arte sacra a favelas, do MASP ao MAM, ao MAC, ao Instituto Moreira Salles, à FAAP, à Hospedaria dos Imigrantes…
Isso para não falar nos estabelecimentos do Sistema S, SESC, SENAC, SESI e SENAI. Cada um melhor que o outro, todos a serviços da população.
São Paulo é um universo. Um mundo especial gravitando em volta de seu próprio umbigo. Indiferente ao que os outros pensam, forte, poderosa, feminina, dona de segredos antigos e de uma magia toda especial. Dona de quem mora aqui. De quem fala que vai embora, mas fica, porque não tem jeito. Na hora da partida, a estação também é chegada… e permanência.
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