O brasileiro enjoou
A polarização teve seu momento. Os dois cavaleiros andantes com suas armaduras de papelão eletrizaram o povo, mas nunca perceberam que não era por pura emoção, como nas novelas, mas por falta de opção. Votava-se num para tirar o outro porque era ruim, mas não tem nada mais parecido do que um com o outro.
A forma de se comunicar, de fazer política, de jogar baixo, de tentar criar fatos onde só tem fake… os dois fazem exatamente da mesma maneira e seus partidos se unem todas as vezes que o botim é posto na mesa e depende deles uma ajudinha para virar lei no Congresso Nacional.
O que não falta são vexames de lado a lado. De crimes ecológicos a crimes sexuais se vê de tudo, especialmente o mais absoluto desprezo pelo cidadão comum, que morre com a conta, enquanto os arautos do paraíso perdido vivem no melhor dos mundos, comprando aviões novos com o dinheiro do povo.
Pois é, o brasileiro enjoou. Chega de polarização, chega de gritaria, de mentiras, de tentar levar vantagem nas costas da população, que come o pão que o diabo amassou por conta do que vai por aí, em histórias mal contadas, conspirações para abafar o malfeito, soma de absurdos para tapar o sol com a peneira.
O importante é evitar que um terceiro fure a fila e entre no jogo. Aí os dois se aliam e tentam, de todas as formas, evitar o surgimento de quem quer que seja. Que o diga um deles, quando viu um terceiro ensandecido entrar na quadra e abocanhar um pedaço do seu time. E o outro, que sumiu quando viu o enorme vexame do seu partido.
Que bom que o brasileiro enjoou. É mais do que tempo de voltarmos à velha trilha da ética, do compromisso assumido, da vontade de fazer bem-feito. O brasileiro enjoou e vem aí uma turma nova. Com a graça de Deus!
___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.