Falta de respeito ainda pode ser a regra
Uma senhora de 85 anos de idade saiu da consulta com seu geriatra e foi a uma farmácia perto da Santa Casa de São Paulo para comprar os remédios prescritos. A farmácia estava cheia, não porque estivesse cheia, mas porque tinha um único caixa atendendo, o que, naturalmente, causou uma fila de cinco ou seis pessoas.
A sobrinha da senhora foi até o caixa e perguntou se não tinha caixa preferencial, como manda a lei. A resposta foi que não e ela e a senhora que entrassem na fila porque não seriam atendidas na frente de ninguém.
Por conta disso, a sobrinha perguntou para a moça que estava em primeiro lugar se a senhora poderia passar na sua frente. E ela disse “claro que pode”, sendo acompanhada por todas as outras pessoas que estavam na fila. Só então, depois do movimento dos que estavam na fila, a caixa da farmácia, com o responsável atrás dela, atendeu a senhora.
A falta de respeito no Brasil não é só do cidadão no transporte público. É de parte dos empresários, seja uma padaria, uma farmácia, um supermercado, um plano de saúde ou qualquer outro tipo de estabelecimento comercial, industrial ou de prestação de serviços.
Aliás, não é só falta de respeito. É descumprimento da lei, que é clara na proteção de idosos, grávidas e portadores de algum tipo de deficiência. Para não falar na falta de visão empresarial. Ao recusar o atendimento preferencial garantido pela lei, a farmácia ficou mal na foto, principalmente diante de todos os clientes que estavam na loja e, mais ainda, dos que estavam na fila do caixa e deram espaço para a senhora de 85 anos ser atendida antes deles.
Pode-se invocar a farmácia só ter um caixa, mas o atendimento preferencial é garantido por lei. Ela tinha o direito de ser atendida e a farmácia, o dever de fazer isso. Enfim, esse é o mundo em que vivemos.
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