Você confia no carro elétrico?
Você confia no carro elétrico? Está convencido que ele é a solução para grande parte dos problemas de poluição? Que, tendo um, você está contribuindo para a regeneração da atmosfera, o fim do efeito estufa e a volta da qualidade de vida para o planeta?
O carro elétrico é a bola da vez. Os modelos rodando pelas ruas são lindos, charmosos, sofisticados, caros e pouca gente, no Brasil, pode ter um.
Tanto faz, sonhar ainda não paga imposto. Então todo mundo pode se imaginar sentado atrás da direção de um potente carro elétrico, rodando pelas ruas do mundo como se fosse o paxá de Calicute atravessando a cidade no seu elefante de batalha coberto de joias.
Seria assim se o mundo fosse perfeito. Como o mundo não é perfeito, o carro elétrico tem pelo menos dois lados, um bom e um não tão bom. O lado bom é o dos anúncios, explorados à exaustão por uma propaganda agressiva, levada ao extremo pelos fabricantes desses modelos, interessados em ganhar honestamente o seu dinheiro.
Mas, do outro lado, tem o outro lado e ele não é tão bonito porque traz uma série de certezas ou, para não pesar a mão, incertezas pouco agradáveis para os proprietários e para o planeta.
O carro elétrico é uma revolução na forma da fabricação de veículos. Seu motor é revolucionário, o combustível é revolucionário, a manutenção ainda é uma incógnita, mas dizem que vai baixar os custos e por aí vamos.
Será que no mundo real as coisas correm assim? O carro elétrico funciona com baterias feitas de lítio, altamente poluidoras, desde o processo da extração do minério até o que pode acontecer depois do seu descarte.
Além disso, ninguém sabe como será o mercado de segunda mão. Os seminovos terão espaço? E como será feito o desmanche das carcaças e das baterias? Será que será um processo limpo? Ninguém sabe.
___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.