Chove chuva
Chove chuva, chove sem parar. Eu vou fazer uma prece para Deus nosso Senhor… O antigo sucesso de Jorge Benjor nunca foi tão atual. Chove chuva, chove sem parar. Partes da cidade inunda, bairros inteiros ficam debaixo d’água, carros são levados, pessoas desaparecem na enxurrada, casas desmoronam e por aí vai. A chuva chove sem parar. Ela não tem nada com isso, seu destino de chuva é chover. Tanto faz se uma leve garoa ou uma tempestade de verão, ela cai e não é amiga ou inimiga, é simplesmente chuva. E cai porque natureza funciona assim. Tem tempo pra chuva e tem tempo pra falta de chuva. Se nós pagamos os preços não é problema da chuva, é nosso.
Agora é a época das tradicionais tempestades de verão. Elas não respeitam mais a época do ano, mas agora, todos os anos, elas dão as caras, despencam e cumprem seu papel, de uns tempos para cá, com mais intensidade.
A chuva boa é a chuva criadeira, aquela que cai sem erodir o solo, sem derrubar casas, sem machucar as árvores. Ao contrário, sua chegada é uma benção para a agricultura, para os reservatórios de água, para os seres humanos e a vida em geral.
Mas, além dela, o rol é grande. Tem chuva de todo tipo para todos os gostos. A garoa chata, que faz que cai, mas quase que fica no ar, a garoa forte, a chuvona rápida, a chuvona demorada e as tempestades em todos os seus níveis.
Elas estão aí. São Paulo já sentiu na pele a força das águas somada à força da incompetência de quem deveria fazer, mas não faz. O Rio Grande do Sul também voltou a inundar. E o resto do país vai sendo alcançado por elas, com danos e sem danos. As chuvas caem porque seu destino é cair. Sem elas não tem vida. Com elas também podemos ter a morte.
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