Nem tudo é amor
Nesse mundo, nem tudo é amor. As coisas acontecem de outra forma, com violência e maldade substituindo o mantra de Jesus e Maomé, e comprometendo a promessa do Buda, não há paz, sem amor e como há pouco amor, não há paz.
As guerras se multiplicam, não é só Ucrania e Oriente Médio. Não, as grandes cidades são palco de combates ferozes, com armas pesadas, fuzis, metralhadoras, granadas a até mísseis antiaéreos.
Pode mais quem chora menos, os carteis e famílias se espalham e seguem firme na sua luta sem quartel, em direção ao lucro sem limites, o que vale é chegar lá, tanto faz os meios ou os mortos. Tanto faz como.
Jesus pregou o amor, o Alcorão prega o amor, o Buda prega a paz. Não há paz sem amor e não amor sem paz.
A história da humanidade é um filme quase infinito de como o amor é a exceção a regra, o normal é o ódio, o preconceito, a crueldade, a maldade pela maldade. Que o digam os campos de concentração nazistas e o Gulag, comunista. Que o diga Pol Pot e seu milhões de mortos no Camboja, Mao e seus mortos na Revolução Cultural, Guevara e o “paredon” sem perder a ternura.
Esses são os grandes exemplos, os que mantém a tradição dos milhares de crucificados pelos romanos, e antes deles por Alexandre o Grande. Imagine Neoptolemo atirando Astianax de encontro a parede do palácio de Príamo. Os espanhóis esquartejando Tupac, o líder Inca. A Inquisição e suas damas de ferro abraçando suas vítimas apavoradas. Nessas horas o que é mais fácil, duvidar de Deus ou renegar Deus?
A história se estende num rio de sangue, sofrimento e dor. O amor tem pouco espaço e quando aparece, invariavelmente acaba como Romeu e Julieta, porque o ódio e o desentendimento não permitem que ele floresça.
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