A igreja de Santa Ifigênia
[Crônica de 15 de abril de 2009]
A igreja de Santa Ifigênia está completando 200 anos. Quer dizer, quase. A paróquia de Santa Ifigênia está completando 200 anos, porque a primeira igreja erguida no local, e a qual depois de um longo caminho, ela veio a suceder, é muito mais antiga, remontando a 1720. Além disso, a primeira missa em homenagem a Santa Ifigênia foi rezada em 1795, ou seja, também anos antes da instalação da paróquia, em homenagem da Santa, protetora dos escravos.
O templo atual começou a ser construído em 1912, época em que imperou o gótico germânico, encontrado também na igreja de São Bento, que pouca gente sabe, é consagrada a Nossa Senhora.
Coisas de uma cidade alucinada, no começo de seu processo de desenvolvimento, que a fez a cidade que mais cresce no mundo e dona de uma Catedral também gótica, ainda que o estilo deixando de ser moda mais de mil anos antes de sua construção.
Santa Ifigênia, nesta época teve papel importante entre as igrejas da cidade. Foi Sé provisória, de 1930 a 1954, enquanto a Catedral era erguida. Como se não bastasse, entre as emoções fortes que permeiam sua história, nem bem foi inaugurada, em 1922, logo depois, em 1924, foi bombardeada durante a revolução que então atingiu São Paulo.
Entre as obras primas em seu interior, destacam-se pinturas de Benedito Calixto e Henri Bernard, dois púlpitos franceses, um órgão alemão com 3250 tubos, e três vitrais venezianos.
Não é pouca coisa, ainda mais tendo em conta que as igrejas paulistanas não costumam primar pela riqueza. É esta igreja – como tantas outras – que necessita seu auxílio. Se puder, colabore. A cidade agradece.
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