Teu Nome Será Sempre Alice
[Crônica de 7 de novembro de 2013]
Eros Grau é professor da Faculdade do Largo de São Francisco e um dos mais respeitados pareceristas do universo jurídico brasileiro. Mas Eros é mais. É romancista, autor de um tratado de amor por um bairro de uma cidade especial, e, agora, contista.
Teu Nome Será Sempre Alice é uma pequena joia. Com contos maravilhosos, vai além do mero conto, com lugar de destaque entre os grandes livros de conto que tenho lido nos últimos anos.
Teu Nome Será Sempre Alice é mais que um conto. Chega à novela. Mas tanto faz o gênero, a história é uma obra-prima. Uma história que comove, enternece, nos faz enfrentar fantasmas, descobrir assombrações e encontrar a luz ofuscante de um dia claro de verão com o sol ardente do meio-dia.
Alice transcende a avó, se materializa mulher, se despe, se fotografa, se deixa pintar integralmente mulher. Para ser descoberta pelo neto, não a avó distantemente idealizada, mas a mulher real, interagindo com personagens reais, num universo real.
Eros é sutil. Seu texto não agride, não pesa, não destrói a beleza das cenas ou do comportamento humanos. Ao contrário, ele as faz belas, essencialmente belas, porque a vida humana é bela e capaz de criar mais beleza.
Teu Nome Será Sempre Alice merece ser lido e relido, deixado no criado-mudo, como contraponto para a reflexão sobre a verdade, o importante, o que vale a pena guardar ou descobrir.
Nele, Eros Grau descobre mistérios que povoam a imaginação de todos. Abre as vontades, expõe as verdades, faz o ser humano colorido, com ações inesperadas, mas, acima de tudo, um ser bom, que pode melhorar mais se acreditar que vale a pena.
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