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O sol depois da tempestade

[Crônica de 13 de novembro de 2009]

Dizem que tudo passa. Pode ser, mas os políticos brasileiros fazem o que podem para desmentir a máxima. De qualquer forma, na natureza, tudo passa, ainda que às vezes para eventualmente ficar pior.

Depois da tempestade o céu azul recebe um sol brilhante e alegra a vida de quem não sofreu os danos, por vezes absurdos, que atingem aleatoriamente, pessoas inocentes no caminho dos grandes cataclismos climáticos.

Pouca coisa é mais bela que um dia com céu profundamente azul, duas ou três nuvens altas dançando no horizonte e um sol forte, brilhando como se fosse o dono do universo.

Faz bem para o corpo e para a alma. Ver o dia e sentir a temperatura gostosa de uma manhã de primavera cria um arrepio que se espalha mole, tomando a pessoa de alto a baixo.

Qual o dia mais bonito? Onde vê-lo?

Pode ser numa praia ensolarada, com as ondas quebrando mansas, ou no alto de um morro, vendo a costeira de pedra com as ondas se atirando contra elas.

Pode ser no campo, num pasto com algumas árvores espalhadas, ipês ainda floridos, e primaveras subindo nas cercas. Pode ser no alto de uma serra com o horizonte ao longe. Ou na beira de um rio com uma cachoeira para se entrar embaixo e deixar o frescor da água arrepiar o corpo.

Mas por que não pode ser na cidade grande? Caminhando por um calçadão cercado de edifícios altos, com o céu aparecendo numa réstia lá em cima, e o sol, brilhando forte para dar mais cor à vida.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.