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Cachorros ferozes

Faz pouco tempo, o Brasil foi sacudido com a notícia de um ataque de três cachorros ferozes que feriram seriamente uma senhora. Se o ataque foi feito pelos três cães, e foi, a culpa não pode ser imputada a eles. Os três são da raça pitbull, sabidamente violenta e capaz de matar em função de sua força e ferocidade.

Tem quem diga, e não sou eu que vou negar, que, bem ensinados, esses animais podem ser dóceis. Até podem, mas e se, num determinado momento, der cinco minutos fora da curva e eles atacarem? Quem vai responder pelos danos que podem ir de ferimentos graves até a morte?

O único responsável é o cidadão completamente sem noção que permite que esses animais fiquem soltos. Em função do risco, já aconteceram movimentos inclusive para acabar com a raça. Em alguns países, eles devem obrigatoriamente serem castrados. Em outros, são equiparados a armas de fogo. Não é o caso do Brasil, mas aqui eles só podem sair presos e com focinheira.   

Não é isso o que se vê? Não, não é isso o que se vê. Volta e meia tem um solto ou só com coleira e seguro por alguém que não tem a força necessária para contê-lo, se ele decidir atacar.

Tenho uma amiga que certa vez estava no terraço de um restaurante com a filha pequena e seu cachorrinho. De repente, um cão enorme, de uma dessas raças agressivas, que estava na mesa ao lado, virou a cabeça, abriu a boca e deu uma mordida, matando o cachorrinho da sua filha.

Permitir que um animal com esse potencial fique solto ou sem focinheira é uma completa irresponsabilidade, ou mesmo um crime, que, da mesma forma que dirigir embriagado, pode ter um final muito ruim, atingindo gente que não tem nada com isso, mas que estava no lugar errado na hora errada. É sempre bom lembrar que a cidade não é só nossa, é de todos.   

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.