A violência correndo solta
As autoridades fazem cara de paisagem, como se não estivesse acontecendo nada, mas está e o que acontece é extremamente sério. A violência está correndo solta em todo o país.
O melhor exemplo de que perdemos o controle é o chute dado na cabeça de um juiz, que já estava caído no gramado, por um jogador enraivecido, num jogo de futebol da segunda divisão do Rio Grande do Sul.
O Brasil vive um momento em que todos acham que podem tudo e que para ser Roy Rogers basta sacar sua pistola 9 milímetros comprada de ocasião e tudo bem, é só meter bala para todo lado.
A violência está comendo solta em toda as estatísticas divulgadas pelas Secretarias de Segurança Pública sérias. O aumento da criminalidade, de forma geral, é uma tendência e vai se consolidando mês a mês, com a crueldade dos bandidos surgindo como marca registrada do novo momento.
Não, não é o novo cangaço em Araçatuba ou outras cidades invadidas no atacado. O dado apavorante é o aumento da maldade gratuita, do tiro dado sem a vítima reagir, da coronhada na cabeça, do assassinato da mãe na frente do filho ou do marido na frente da mulher, por nada que justifique tirar a vida de alguém. É de graça, mesmo.
Os assaltos a residências não só estão aumentando como a brutalidade empregada sem resistência das vítimas vai se tornando sua marca registrada.
O número de latrocínios sobe constantemente, não porque o assalto não deu certo, mas porque o bandido tem prazer em matar.
Na base do desenho está a crise que assola milhões de brasileiros, que joga dezenas de milhares de pessoas nas ruas e deixa outros milhões nas portas da fome. Enquanto isso, parte dos políticos estuda formas de aumentar a sua poupança, pouco se lixando para quem o elegeu.
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