Nossa Senhora de Fátima
Quando eu era menino, o Sumaré era completamente diferente do que é hoje. Para começar a avenida Dr. Arnaldo não tinha viaduto e por baixo dela não passava nenhuma avenida Sumaré. A Dr. Arnaldo se estendia por cima do morro, que é a continuação do espigão da Paulista, e ia acabar para os lados da Pompéia, que também era bem diferente, os dois bairros com jeito de bairro de cidade o interior.
Bem no alto do morro, numa zona tranquila, que curiosamente, continuou tranquila, mesmo com a nova Dr. Arnaldo ameaçando o pedaço com seu trânsito alucinado, fica a igreja de nossa Senhora de Fátima.
Igreja maior do que o bairro, a igreja de Nossa Senhora de Fátima, quando eu era criança, parecia maior ainda, imponente no seu alto majestático, dando os fundos para o Jardim da Bandeiras, então um enorme terreno baldio, com uma ou outra casa, começando a ser erguida, primeiro nas encostas do morro da igreja, depois do outro lado da Heitor Penteado, que então tinha mais jeito de estrada do que de rua e servia de caminho para a saída da Anhanguera, por onde íamos para a fazenda.
Igreja bonita, a igreja de nossa Senhora de Fátima é grande e rica e tem linhas suntuosas, se comparada com as linhas das igrejas de bairro, mesmo de uma cidade como São Paulo.
É uma igreja que impõe respeito e ao mesmo tempo tem seu charme e seu aconchego. Quer dizer, é uma igreja onde é bom a gente entrar para rezar.
Com suas torres sólidas e suas paredes altas, ela transmite a força divina e a transfere para quem a procura em busca de abrigo ou apenas de um pouco de paz, para descer por cinco minutos da vida elétrica da cidade grande.
A igreja de Nossa Senhora de Fátima é uma igreja boa como um abraço de mãe.
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