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Maio amarelo deveria ser todo mês

Maio acabou e, com ele, o movimento Maio Amarelo. O Maio Amarelo é um movimento de conscientização para as mazelas do trânsito brasileiro. Este ano, quem sabe em função de todos os desmandos que correm soltos pela pátria amada, o movimento teve pouca visibilidade.

Não se falou muito sobre este assassino feroz e cruel que todos os anos ceifa as esperanças de dezenas de milhares de pessoas, vítimas diretas e indiretas das quase quarenta mil mortes, pra não falar nas centenas de milhares de pessoas que ficam inválidas.

É incrível, mas o Maio Amarelo veio, viu e foi embora, sem chamar muito a atenção, sem levantar debates calorosos sobre as medidas que podem e devem ser adotadas para coibir o número absurdo de acidentes de trânsito que mancham a felicidade de parte do Brasil.

Os acidentes de trânsito matam mais do que a dengue, do que o sarampo, a chicungunha e mais um monte de doenças que matam com vontade no país.

Mas é uma epidemia com pouca chance de cura porque a vacina que deveria ser aplicada invariavelmente é usada em favor do causador do mal e não em favor da sociedade e das vítimas.

É espantoso, mas a Justiça é leniente com os causadores de acidentes de trânsito, especialmente os que participam de rachas e os que dirigem embriagados.

O Maio Amarelo só será efetivo no dia em que todos os dias de todos os meses trouxerem a mensagem do Maio Amarelo. O trânsito não pode ser uma arma, não pode causar mais danos do que uma metralhadora.

No mundo todo a violência no trânsito é brutal, mas aqui é pior e ainda por cima o governo acabou com o único seguro que garantia indenização para as vítimas mais carentes.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.