A morte de Eder Jofre
Eder Jofre morreu. O Brasil perde mais uma de suas referências internacionais, um nome que fez história no boxe mundial, como um dos maiores lutadores de todos os tempos.
Eu me lembro de Eder Jofre sendo campeão mundial, lutando contra um lutador japonês, Harada. Ele foi três vezes campeão do mundo em duas categorias diferentes. Sua rapidez e inteligência para analisar a luta faziam dele uma máquina, que tomava conta do ringue e, invariavelmente, tolhia os movimentos do oponente, até o fim da luta, muitas vezes por nocaute.
Eder Jofre nasceu numa família de lutadores de boxe. Filho de Kid Jofre, lutador argentino com carreira de respeito, era sobrinho de Ralf Zumbano, uma lenda do boxe nacional. Ele aprendeu boxe na família, que o ensinou como ser o lutador que ele foi e que encheu o Brasil de orgulho, numa época em que o boxe era mais nobre do que hoje e os grandes lutadores eram personagens constantes nos noticiários dos jornais.
Apelidado de “O Galo de Ouro”, Eder Jofre aparece como um dos dois maiores lutadores de boxe da década de 1960, ao lado do icônico Mohamed Ali, e um dos nove maiores de todos os tempos, numa relação feita pela revista especializada The Ring.
O boxe é chamado de “Nobre Arte”. Tem quem concorde, tem quem discorde e não aceite você encher a cara do outro de socos ser chamado de arte. Seja como for, nobre arte ou pancadaria com regras, Eder Jofre foi um dos maiores lutadores de todos os tempos e, como acontece regularmente no Brasil, tinha muito mais reconhecimento no exterior do que aqui.
Eder Jofre, depois de se aposentar, andou pela política, mas o que o torna imortal é seu talento como atleta. Com certeza foi dos maiores e sua morte entristece os amantes do boxe.
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