O fim da festa

Não tem nada mais romântico do que um casamento numa fazenda antiga. Dá sensação de conto de fadas, a noiva fica mais bonita, mais brilhante e o noivo, por osmose, adquire jeito de príncipe encantado.
Os convidados se divertem, o lugar inspira, a festa corre solta, alegre e feliz, como a vida dos noivos deveria ser casamento a fora.

O bufê é o máximo, a bebida a melhor possível, a comida não deve nada ao melhor restaurante de São Paulo. A parte gastronômica merece um único reparo: depois disso tudo, não tem como emagrecer. O DJ sabe das coisas, a música inspira, faz ter vontade dançar, encomprida a festa noite a dentro, mesmo o casamento tendo começado no meio da tarde.

Passa da meia noite quando os convidados começam a achar que é hora de ir embora. Aos poucos, param de dançar, deixam os copos em cima das mesas, vão saindo, enchendo bolsos e bolsas com os bem-casados maravilhosos, que ajudam a engordar um pouco mais.

Na porta, entregam os tíquetes para os manobristas que, na rapidez possível, trazem os carros para os convidados tomarem seu rumo, cada um para um lado, mas, na saída, todos seguindo pela estreita estrada de terra que leva até a rodovia principal.

É aí que a grande surpresa da noite dá as caras. Coisa de um ou dois quilômetros depois da saída da fazenda, um tronco de árvore fecha a estrada. Não há nada a fazer senão parar. E o inimaginável acontece.

O motorista abre a porta, desce para ver mais de perto e o que ele encontra na frente é um grupo de pessoas com armas nas mãos que de forma polida informam que é um assalto.
Não há como resistir. Celulares, relógios, joias, dinheiro, cartões de crédito, senhas vai tudo para os ladrões que, simpaticamente, depois da limpa, dão boa noite e deixam o carro seguir viagem.

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