De novo a ponte da Cidade Jardim
Imagine você chegar em Nova Iorque, pegar um taxi, pedir para ele lhe levar até a Brooklin Bridge e ele responder que não pode fazer isso porque essa ponte não existe.
Ou chegar em Paris, pedir para ir à ponte D’Alma e o motorista também lhe responder que essa ponte não existe.
Seria inacreditável. Todavia, é o que acontece em São Paulo. Se alguém pedir para ir até a Ponte Cidade Jardim, ela não existe. Foi varrida dos mapas da cidade porque a CET decidiu que seu nome é Engenheiro Roberto Zucollo. E que se dane quem achar que não é.
Durante sua gestão, o então secretário Andrea Matarazzo resolveu o problema colocando os dois nomes, aliás, solução que a CET mantém em todas as pontes da Marginal do Tietê, mas decidiu abolir na Ponte Cidade Jardim.
A Ponte Cidade Jardim simplesmente não existe mais. A CET mudou a placa e agora é apenas Ponte Engenheiro Roberto Zucollo, o que mostra a absoluta falta de comprometimento com a cidade e noção de urbanismo da Câmara Municipal e da CET.
Com todo o respeito que o engenheiro mereça, não se muda um marco urbano da importância e significado para a cidade, como é a Ponte Cidade Jardim, muito menos para se homenagear quem quer que seja.
Aliás, caberia aos próprios engenheiros e arquitetos se insurgirem contra o absurdo. Afinal, são eles os encarregados de plantar os marcos da cidade. E a Ponte Cidade Jardim tem significado mais do que especial porque é a ponte que liga as duas margens do rio, atravessando o Pinheiros para entrar no bairro de Cidade Jardim e depois subir para o Morumbi.
Enfim, aqui é Brasil. História e marcos urbanos são para ninar criança. Se não conhecemos nossa história, que se dane a história.
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