Cruzamento e gol
Se, de um lado, São Paulo, Santos e Corinthians só não perdem para a seleção brasileira, numa clara demonstração da desmoralização do futebol nacional; se, do mesmo lado, a CBF é uma vergonha; do outro lado, a FIFA não fica devendo nada ao que o mundo tem de pior no esporte.
Mas toda moeda tem dois lados, ou mais. Ver o futebol europeu na televisão é uma festa para os olhos, ainda que nos diminua e deixe uma enorme saudade da época em que o Brasil era o país do futebol e a seleção brasileira a grande seleção, a diferença entre a magia e o jogo bem jogado.
E tem o resgate dos gênios do passado, dos quais o maior de todos, o maior jogador de todos os tempos, foi um menino nascido em Três Corações, Minas Gerais, que cresceu em Bauru, São Paulo, chamado Edson Arantes do Nascimento, por alcunha e marca registrada, Pelé.
Quem viu Pelé jogar nunca vai se esquecer. Pra quem não viu, vale a pena ver os filmes de suas partidas. A diferença entre ele e todos os outros é brutal. É o gênio da lâmpada, comparado com gente que faz bem.
Como o próprio Pelé disse ao grande maestro João Carlos Martins: “Se eu passo a coroa? Passo. É só aparecer alguém que tenha ganhado três Copas do Mundo e marcado mais de um mil e quatrocentos gols que eu passo a coroa”.
A conversa sobre Pelé começou numa reunião da Academia Paulista de Letras porque o fotógrafo Márcio Scavone teve sua foto icônica de Pelé transformada em efígie de medalha em homenagem ao rei, na cidade de Três Corações.
Na continuação, o romancista Mafra Carbonieri contou uma passagem acontecida em Bauru, no ano de 1957. Ele seguia por uma rua onde um bando de meninos jogava futebol. A bola foi em sua direção e ele chutou de volta. Foi quando um menino cabeceou e marcou o gol. O menino era Pelé.
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