Avenida São João fecha aos domingos

A Avenida São João é das mais icônicas da cidade. Tradicional, nasce no coração do Centro Velho e se estende por vários quilômetros, que contam as histórias da história da Avenida. Ou contavam… e podem voltar a contar.

A Avenida São João começa na Praça Antonio Prado, com o Edifício Martinelli de um lado e o Banco do Brasil do outro. Desce e atravessa o Anhangabaú, mas antes tem o Guanabara na sua margem direita. O Guanabara é sobrevivente de uma era maravilhosa em que o Centro Velho tinha vida, charme, gente nas ruas e grandes sanduíches. 

Seu sanduíche competia pelo título de melhor da cidade, concorrendo com o “Lírico”, o “Maranduba”, a “Leiteria Paulista” e a “Casa Califórnia”. Mas não era uma briga de foice no escuro. A competição não era entre os locais, mas na avaliação de seus clientes, alguns ecléticos, que aceitavam todos como maravilhosos, outros nem tanto, até os fanáticos, que discutiam as vantagens dos seus preferidos e porque eram melhores do que os outros.

Depois do Anhangabaú, a São João começava uma leve subida, com endereços clássicos dos dois lados, como o Ao Gaúcho, o Edifício das Seguradoras, projeto de Niemayer, e a Casa das Alianças, todos antes de chegar no Largo do Paissandu.   

Em frente ao Largo, fica a Galeria do Rock, fazendo contraponto com a Igreja de Nossa Senhora do Rosário da Irmandade dos Homens Pretos. Dois clássicos da cidade.

Mas a avenida segue em frente e aí começa seu martírio. Construíram o Minhocão em cima da Amaral Gurgel e entrando por ela. Resolveu um problema de trânsito, mas criou vários problemas sociais. Agora, a prefeitura decidiu, nos domingos, fechar a avenida São João para os automóveis. É torcer para o novo espaço pegar e a população poder resgatar uma nova área de lazer, no leito da antiga avenida.

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