Educação é coisa séria
O sucesso da Coréia passa por um dos mais rigorosos e bem-feitos programas de educação da história da humanidade. Foi um programa de nação. Tanto fazia o partido no poder, o programa seguia em frente, intocado e em ritmo acelerado. O resultado está aí: a Coréia é das maiores potências econômicas do mundo e isso foi alcançado em mais ou menos 50 anos.
Meio século atrás, o Brasil estava na frente da Coréia e da China. O “milagre brasileiro” encantava o mundo e a nação parecia que ia dar certo. Não deu. Ao contrário, de crise em crise, de bobagem em bobagem, seguimos em frente, à esquerda e à direita, com a convicção de que somos os melhores do mundo. Não somos e hoje isto está claro, até no futebol!
Nestes 50 anos, a China se transformou na segunda economia do mundo e a Coréia é das grandes potências, enquanto nós seguimos impávidos, como o “país do futuro”. Aliás, nem isso somos mais. Ninguém acredita muito no nosso futuro. E, do jeito que vai, apesar de todas a vantagens competitivas do país, as nossas chances diminuem dia a dia, numa soma de tolices inacreditável, que tende a piorar por conta da polarização absurda que tomou conta da sociedade.
O problema básico passa pela educação. A nossa é da pior qualidade e estão fazendo muito pouco para mudar o quadro. Enquanto insistirem na tecla de que o negócio é curso superior, nós não vamos melhorar. Hoje temos milhares de bacharéis em direito que não passam nos exames da OAB. Mesmo tendo várias chances para repetirem o exame, simplesmente não passam porque a maioria dos cursos de direito é ruim. É só um exemplo, mas ou mudamos o foco e fazemos o que os que deram certo fazem ou vamos perder o bonde. O caminho para dar certo se chama escola técnica.
É aí que temos que investir, que o digam Alemanha e Coréia.
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