A praça Fernando Prestes
[Crônica de 14 de junho de 2002]
Na semana passada fui a uma solenidade no comando Geral da Polícia Militar, na praça Fernando Prestes. Confesso que nunca tinha prestado atenção neste pedaço de São Paulo e que, mesmo conhecendo seus arredores, nunca tinha andado pela praça.
A praça Fernando Prestes é linda, cercada por prédios mais bonitos ainda, e com a igreja Dom Bosco no fundo. Comecei meu passeio pela igreja. É sempre bom conversar com Deus, e como também não conhecia esta igreja, entrei nela, logo depois de estacionar meu carro.
É uma igreja grande e imponente, com o aviso logo na entrada: “Casa de Deus”, escrito em latim. Depois de me sentar, sentir a sua paz e rezar um pouco, sai e fui caminhar pela praça, prestando atenção nos prédios em volta.
O prédio da antiga Politécnica é uma beleza e o edifício Ramos de Azevedo, ao lado é mais bonito ainda. Pena que esteja deteriorado e malconservado.
Arrumado, seria um dos prédios imponentes da cidade, capaz de olhar de igual pra igual a Pinacoteca que fica logo em frente, ou o Mosteiro do outro lado da avenida Tiradentes. Meia escondida, recuada da avenida, a praça Fernando Prestes não chama a atenção de quem passa pela rua, apressado e preocupado com o trânsito ou a violência.
Pelo contrário, como vários outros pontos da cidade, ela passa completamente desapercebida, criando uma ilha de paz numa região que já foi das mais importantes, mas que se deteriorou e agora começa recuperar uma leve sombra da sua antiga grandeza.
Vale a pena dar um pulo até lá, para conhecê-la e descobrir que a cidade esconde segredos surpreendentes, nos lugares mais inesperados possíveis.
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