A paineira da USP
[Crônica de 11 de maio de 2009]
As rotatórias da USP acabam de passar por um profundo processo de reforma e modernização. Não sei se já estão prontas, mas se estiverem, ficaram com jeito de canteiro europeu, com um mínimo de impermeabilização, pelo uso de saibro para calçamento do solo destinado aos pedestres.
As três rotatórias reformadas ficam na entrada da Universidade, quase no final da avenida que leva para a Reitoria e no meio do morro onde começa a Avenida Professor Almeida Prado. Todas ficaram mais bonitas, com cara mais moderna, cada uma respeitando suas particularidades.
A da entrada tem no meio uma estátua estilizada de Armando de Salles Oliveira, o interventor que em 1934 criou a Universidade de São Paulo, incentivado e assessorado pelo cunhado Julio de Mesquita Filho.
A do final da avenida é mais simples, mesmo assim, guarda características únicas. E a especial, a que faz diferença, é a do alto do morro. Não porque a reforma o tenha modificado substancialmente, mas por realçar o que a praça tinha de mais belo. Uma paineira que para comemorar a reforma, decidiu florir com fartura impressionante.
Dona de forte senso estético e conhecendo os horizontes em volta, a paineira sabe que está em local privilegiado e que lhe é fácil usar a paisagem para maximizar o impacto.
E foi isso que ela fez. Com as flores rosas claras se destacando em contraste com o céu e o morro atrás dela, a paineira aproveitou os galhos estendidos para aumentar seu espaço e a sensação de tamanho. No meio do morro a festa é dela.
Mas quem ganha somos nós.
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