Política é política
Ninguém tem dúvida, política é coisa para profissional. Não tem espaço para amadores, pessoas bem-intencionadas, gente boa em geral.
Diz a lenda que o grande estadista britânico, Winston Churchill, ao explicar a política, a definiu como: “nem moral, nem imoral – amoral”.
E um jornalista americano escreveu que se os índios votassem Roosevelt não hesitaria em entregar a mãe para ter os votos da tribo.
Política é mais ou menos a mesma coisa em qualquer lugar. Pode variar um pouco a intensidade das ações, a forma de fazer, a malandragem por trás, mas, entre secos e molhados, não há uma diferença impressionante entre o que um político e outro político são capazes de fazer.
A semiexceção à regra é o político brasileiro. Este desponta no horizonte como um ser mais daninho do que a média internacional. Mas, mesmo ele, não se destaca pelo ineditismo ou pela maior falta de ética. Não, a diferença são as proteções que o político brasileiro tem a seu favor e que lhe permitem ir mais longe na defesa de seu curral eleitoral e de suas prerrogativas, notadamente as econômicas.
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O interessante é que o político brasileiro está conseguindo exportar tecnologia. Num momento em que as exportações brasileiras se resumem quase que apenas a grãos e minério em natura, o político brasileiro está exportando tecnologia para países muito mais desenvolvidos e o resultado pode ser visto nas notícias da imprensa a respeito das barbaridades que vão pipocando em volta do mundo.
O dado triste é que quem paga a conta somos nós. Como dizia Jânio Quadros, um político tipicamente brasileiro, política é a festa do Lalau… eles entram… e nós entramos… Parte da frase é impublicável, mas exprime com exatidão a realidade dramática que explica porque é tão difícil pessoas de bem se interessarem por política.
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