50 anos atrás o homem chegou na lua
Há cinquenta anos, o homem desceu na lua. Eu assisti pela televisão. Foi mais difícil conseguir a imagem em Louveira do que a NASA alunar o módulo e permitir que o astronauta norte-americano, Neil Armstrong, descesse no satélite da Terra.
Em julho de 1969, estávamos de férias na fazenda de Louveira. E Louveira não era famosa pela imagem captada pelos televisores da época, máquinas com telas pequenas, que transmitiam em branco e preto, invariavelmente com fantasmas e chuviscos distorcendo a imagem.
Como o nome diz, fantasmas eram sombras das imagens e eles podiam ser tão fortes que impediam de ver a cena ou confundir o que os personagens estavam fazendo. Não eram uma exclusividade de Louveira. A imagem da Globo no Pacaembu era trágica, mas, em julho de 1969, o problema tinha que ser solucionado lá, sob risco de não vermos o homem descer na lua porque a imagem na televisão da fazenda era um borrão.
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O jeito foi instalar um mastro no telhado da casa da sede e colocar a antena no seu topo. A imagem não ficou nenhuma maravilha, mas, entre chuvisco e fantasmas, deu para ver Neil Armstrong pisar na lua.
Foi um momento importante. Mesmo nós, na época, meninos, sentimos a gravidade do que estava acontecendo e sabíamos que a humanidade tinha dado um passo enorme na rota de seu progresso.
No dia seguinte, o administrador da fazenda perguntou para meu tio Paulo por que os americanos não tinham ido na lua cheia. Afinal, seria muito mais fácil acertar a lua.
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E o maitre do restaurante do Iate Clube, no Guarujá, não acreditava que o homem tivesse chegado lá. Ele dizia que tinha assistido Flash Gordon demais para saber que era tudo mentirinha.
O tempo passa. Faz cinquenta anos. E continua sendo maravilhoso.
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