Pânico não constrói nada
A boataria que se espalhou pelo Brasil, a favor e contra tudo e todos, tem como principal consequência a disseminação de notícias falsas, que são repetidas para milhões de pessoas através das redes sociais.
O apavorante é que pessoas bem formadas e com acesso a boa informação estão entre as primeiras a espalharem notícias sem pé nem cabeça e que a simples leitura mostra que não pode ser verdade.
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A maioria faz sem pensar no que está fazendo, faz porque acha legal participar de um jogo no qual não passa do mais útil dos inocentes úteis, ajudando a repassar o que interessa a gente mal intencionada, disposta a levar todo tipo de vantagem, começando pela difamação dos que estão no outro lado até ganhar uma graninha extra.
A quantidade de sandices de todos os tipos que são geradas nas redes sociais é impressionante. E aí a máxima de Goebels, o ministro da propaganda de Hitler, faz o estrago que se espera que faça. “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. O trágico é que, no Brasil, em vez de mil vezes, dependendo do texto, uma única vez é suficiente para criar verdades absolutas, por mais improváveis que sejam.
Agora, o coronavírus chegou e é a bola da vez. A epidemia vai crescer, vai se espalhar, mas não tem razão nenhuma para gerar, além dos efeitos diretos, efeitos indiretos, como o pânico.
Vão usar o vírus para espalhar notícias falsas deliberadamente criadas para gerar pânico. Interessa a muita gente que o pânico se espalhe, mas não interessa ao país.
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Então, antes de repassar informações sobre a epidemia, pense bem se o que você está recebendo faz sentido. Se é possível ser o que estão dizendo. Se a informação tem o aval das autoridades de saúde. Pânico atrapalha.
Não propague o que pode causar pânico. O Brasil agradece.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h