Democracia, democracia e democracia
Não podemos ceder um metro, um centímetro, uma ideia. A hora é de resistir e lutar para manter a democracia duramente conquistada e mais duramente mantida ao longo dos últimos anos, sempre incessantemente ameaçada pelos gafanhotos insaciáveis que tomaram Brasília de assalto após a promulgação da Constituição de 1988.
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Lembro da imagem de Ulisses Guimarães de mãos dadas com outros constituintes, todos de braços para cima, promulgando a nova Carta Magna, a “Constituição Cidadã”, que deveria nos tirar do buraco e trazer fartura e prosperidade para a pátria e seus cidadãos.
Nunca na nossa história tivemos uma constituição tão errada, tão perversa e tão ruim nos resultados. Mas é o que temos e, ao longo dos anos, temos dado conta de conviver com ela e andar para frente, apesar de todos os pesares.
É briga de cachorro grande, com foice e no escuro. Se o Brasil nunca foi para amadores, depois da Constituição de 88 as exigências ficaram muito maiores. Hoje, sem pós-doutorado, ninguém dá conta dos desmandos que acontecem aqui.
O duro é que o quadro atual foi montado na eleição passada, basicamente para tirar do poder a corja que havia se encastelado em Brasília e sugava a nação na maior cara dura, sumindo com bilhões e bilhões de dólares, enquanto enganava o povo prometendo sonhos e dando uma merreca na mesada do Bolsa Família.
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O país não votou nos méritos inigualáveis do candidato escolhido, votou contra o PT. E votou certo, porque, naquela altura, o importante era resgatar a nação da mão dos corruptos e incompetentes. E isso foi feito e bem feito, mas o barco navega e a realidade muda. Neste momento, a luta é outra. É pela democracia. E não temos escolha, é vencer ou vencer.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.