Cadê…? Acabou!
Durante décadas, meu remédio para gripe foi Trimedal. Nunca tive dúvidas, até nas Bermudas eu usei Trimedal, e para um fim quem não era o dele. Meu colírio sempre foi Lerin. Cadê o Lerin? Teve o mesmo fim que o Trimedal: os dois saíram de cena.
Refrigerante para acompanhar sanduíche de mortadela sempre foi Crush, até o dia, muitos anos atrás, em que a Crush sumiu. Da mesma forma que sumiu o Seven up e, alguns anos depois, a Grapete. Quem toma Grapete repete.
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Eu nuca gostei de Grapete, mas a fábrica era do lado da Paulista de Laminação, então tio Júlio Salles, quando eu ia com ele e com meu pai passar o dia na fábrica, colocava uma Grapete na minha frente, na hora do almoço.
E que fim levou o Willys Interlagos? Era um carrinho lindo, tão bonito quanto o JK, dos carros bonitos que foram feitos no Brasil. São lembranças do começo da indústria automobilística, que tinha Simca, Aero Willys, DKW Vemag, Karmann Ghia e outras maravilhas que pouca gente sabe que existiu, mas que marcaram época, como o Puma Chevrolet, com motor Opala de seis cilindros ou a fantástica Romi Izeta.
É assim porque é assim. As coisas são como as pessoas: também passam e deixam mais ou menos saudades. Ficam em algumas lembranças ou são completamente esquecidas.
Quem se lembra de Chub Chekar? De Cris Montez? Do inigualável Anselmo Durant? Quem se lembra de Carla Tip-top, Isaura, Sheila Alecrim e de tanta gente que passou pela vida e pelas ruas, telas e microfones do Brasil e do mundo?
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Não tem jeito. Como diz a canção, “tudo passa, tudo passará!”
Passou meu avô, passou meu pai, passarei eu e passará você. Mas, antes, passará este momento que o Brasil não merece viver.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.