1932 – 88 anos depois
Oitenta e oito anos depois, os ideais que levaram os paulistas a pegarem em armas e combater a ditadura de Getúlio Vargas estão adormecidos e o que o país vê e vive é triste e é feio, porque condena os brasileiros a permanecerem sem saúde e na ignorância, cercados de violência e sem chance de terem uma vida melhor.
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Falta saúde, falta educação, falta segurança, falta padrão moral e o exemplo que vem de cima para cimentar a base da sociedade e permitir a nação avançar, como ela fez nas décadas que se seguiram a 1932, nas quais a presença da Universidade de São Paulo pautou parte da vida política, empresarial e acadêmica, dando os parâmetros morais e o rumo para um país jovem que até 1934 não tinha uma universidade.
Os paulistas, em 1932, perderam nos campos de batalha, mas em 1934 venceram os mais sólidos e fortes preconceitos que faziam do Brasil uma nação amarrada ao velho e anacrônico e criaram a Universidade de São Paulo para dar um novo futuro, com chances para todos – e saúde e educação para a população.
Por várias décadas, entre trancos e barrancos, erros e acertos, trilhamos o caminho do progresso e do desenvolvimento social, mas nos últimos quinze anos o vento mudou e a moral nacional se deteriorou, esgarçada pelo mau exemplo e pelo errado vindo de cima.
Hoje, os mortos da Revolução Constitucionalista e todos os que acreditavam que era possível fazer um país melhor estão acabrunhados, com vergonha do que fizeram com a nação.
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Mas ninguém se questiona. Todos fariam tudo de novo. Todos lutariam o bom combate, nas trincheiras de 1932 e no sonho da vida pautada por princípios sólidos que nos levassem à redução da desigualdade social.
O Brasil está mal, mas tem a Constituição. Lutar por ela vale.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.