Tem mais desempregados que empregados
A pandemia é cruel, brutal e se reflete, além do número de mortos, no número dramático das pessoas sem emprego.
De acordo com o IBGE, atualmente, o Brasil tem oitenta e sete milhões e setecentas mil pessoas em idade de trabalhar sem ocupação, contra oitenta e cinco milhões e novecentas mil formalmente trabalhando.
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Só nos meses de março, abril e maio, sete milhões e oitocentas mil pessoas perderam seus empregos. É o pior desempenho desde que a pesquisa Pnad contínua do IBGE começou a ser feita, em 2012.
Este número reflete a realidade de mais de dois milhões de postos formais de trabalho fechados, mas os mais afetados foram os trabalhadores informais, dos quais cinco milhões e meio ficaram sem ocupação.
É um cenário apavorante, que fica mais terrível ainda quando se sabe que a cadeia do desemprego e da falta de ocupação deve prosseguir subindo nos próximos meses, independentemente das ações que venham a ser tomadas para reverter o quadro.
Qual será o fim disto? Essa é a pergunta que não quer calar e que ninguém sabe a resposta.
O Governo está fazendo o que pode para minimizar o impacto sobre as pessoas, mas não se sabe se será suficiente. A prorrogação do Auxílio Emergencial foi uma decisão sábia e necessária, mas e depois dela?
A crise não vai acabar em sessenta dias. 2020 será lembrado como o pior ano da história recente e os prognósticos para 2021 não são os mais animadores.
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O cenário é trágico e as projeções não injetam nenhum otimismo nas análises. O mais complicado é que as pessoas continuam nas ruas, como se estivessem de férias, ajudando o coronavírus a matar mais no curto prazo e a aumentar a crise no futuro.
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