O trânsito alucinado
De alguma forma, a pandemia, ou as consequências da pandemia, bateram forte nas pessoas e o resultado é uma enorme falta de paciência em relação a tudo.
Cada um acha que tem mais direito do que o outro e isso se reflete na absoluta anarquia em que se transformou o trânsito da cidade.
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Não que antes da pandemia fosse muito melhor, com certeza não era, mas também não era tão sem regras como agora.
Sempre tivemos os adoradores do pisca-alerta, motoristas que ligavam o pisca-alerta e paravam em lugar proibido ou em pista dupla, ligavam as luzes intermitentes e, por causa delas, se achavam no direito de ficar parados e atrapalhar o trânsito, evidentemente influenciados pelos caminhões de entrega de bebidas.
Agora, o que acontecia, mas era exceção, virou regra. O cidadão vai na sua frente, breca antes de ligar o pisca-alerta, para, liga as luzes amarelas e o resto que acabe em barranco, não é problema dele. Alguns se dão ao luxo de descerem, trancarem o carro com as luzes ligadas e irem fazer outra coisa, pouco se importando se pode ou se não pode.
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Como não tem marronzinhos nas ruas, não acontece nada. Ai a questão que se coloca é se é melhor ficar como está, sem marronzinhos, ou pedir a volta dos bravos agentes da CET. Confesso que tenho sérias dúvidas se não é melhor aguentar os motoristas sem noção do que ter os marronzinhos de volta. Ninguém me convence que eles têm alguma utilidade e que não atrapalham ainda mais o trânsito.
Se fosse só isso, já estaria bom, mas o show de horrores vai muito além. Não se respeita mais absolutamente nada, de velocidade a mão e contramão. As ruas são como pistas de patinação no gelo. Cada um vai como pode ou quer, só falta os acidentes crescerem, mas isso é rápido.
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