Que vai mudar, vai
A pandemia não vai acabar amanhã, nem depois de amanhã, nem no mês que vem, nem no outro. Ela ainda vai longe, no Brasil e no mundo, com chances bastante concretas de ser mais comprida no Brasil.
Ainda vai ter muita dor, muito sofrimento e muita irresponsabilidade passando debaixo da ponte.
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Agora que a vacina faz de conta que chegou, porque, para as necessidades brasileiras, o que está aí é piada, mais pessoas sairão mais. Só que não tem vacina, nem nenhuma outra alternativa que funcione contra o vírus, então a tendência é o quadro piorar, antes de começar a melhorar.
Dois milhões de vacinas aqui, três milhões ali, quinhentas mil mais na frente servem para enganar o povo e fingir que estamos nos preparando para realmente enfrentar a covid19.
Não é por aí, até porque, se tivéssemos as vacinas necessárias para imunizar eficientemente a população brasileira, não teríamos as seringas necessárias para aplicá-las.
Ninguém fala nisso porque é chato, mas a verdade é que não temos seringas, agulhas e pessoal treinado.
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A única certeza é que em algum momento essa tragédia passará. Vai demorar muito, pelo menos este ano e metade do ano que vem, num desenho bem otimista, mas que em algum momento sairemos dessa, isso, sairemos.
Como diz o velho ditado: quem viver verá. E é aí que mora o drama: quem será que vai viver para ver o dia seguinte do fim da pandemia? A roleta russa está girando faz tempo. Mais de duzentos e quarenta mil brasileiros estão mortos e o final da ópera, com sorte, é para o fim do ano que vem. Isto posto, erga as mãos para o ar, agradeça, peça com todas as sus forças e que a vacina chegue logo para você que não é amigo do rei.
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