Pressione enter para ver os resultados ou esc para cancelar.

Que vai mudar, vai

 

A pandemia não vai acabar amanhã, nem depois de amanhã, nem no mês que vem, nem no outro. Ela ainda vai longe, no Brasil e no mundo, com chances bastante concretas de ser mais comprida no Brasil.

Ainda vai ter muita dor, muito sofrimento e muita irresponsabilidade passando debaixo da ponte.

Leia também: O tempo passa

Agora que a vacina faz de conta que chegou, porque, para as necessidades brasileiras, o que está aí é piada, mais pessoas sairão mais. Só que não tem vacina, nem nenhuma outra alternativa que funcione contra o vírus, então a tendência é o quadro piorar, antes de começar a melhorar.

Dois milhões de vacinas aqui, três milhões ali, quinhentas mil mais na frente servem para enganar o povo e fingir que estamos nos preparando para realmente enfrentar a covid19.

Não é por aí, até porque, se tivéssemos as vacinas necessárias para imunizar eficientemente a população brasileira, não teríamos as seringas necessárias para aplicá-las.

Ninguém fala nisso porque é chato, mas a verdade é que não temos seringas, agulhas e pessoal treinado.

Leia também: A Pandemia não foi embora

A única certeza é que em algum momento essa tragédia passará. Vai demorar muito, pelo menos este ano e metade do ano que vem, num desenho bem otimista, mas que em algum momento sairemos dessa, isso, sairemos.

Como diz o velho ditado: quem viver verá. E é aí que mora o drama: quem será que vai viver para ver o dia seguinte do fim da pandemia? A roleta russa está girando faz tempo. Mais de duzentos e quarenta mil brasileiros estão mortos e o final da ópera, com sorte, é para o fim do ano que vem. Isto posto, erga as mãos para o ar, agradeça, peça com todas as sus forças e que a vacina chegue logo para você que não é amigo do rei.

 

Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: SpotifyGoogle Podcast e outras.

Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.