Tempos interessantes

Não há dúvida, o mundo e, portanto, nós vivemos tempos muito interessantes. Tão interessantes que as goiabas estão caindo do pé ao mesmo tempo que a paineiras estão florindo. Em época normal isso jamais aconteceria.

Uma ou outra árvore ser rebelde, ok, faz parte do jogo, faz parte da vida. Mas várias goiabeiras estarem carregadas e várias paineiras floridas foge da curva, entra no inusitado do momento que o mundo atravessa, com o ser humano seriamente ameaçado por um vírus que decidiu mostrar quem manda e vai fazendo gato e sapato da gente.

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Se a loucura tomou conta do mundo natural, imagine como está o ser humano, depois de um ano de confinamento mais ou menos severo, por causa do coronavírus e sua pandemia.

Não gostaria de ser psicólogo nos dias de hoje. Não porque não tenham clientes – os consultórios devem estar lotados, mas por causa da carga de notícias ruins, de informações negativas, que é despejada diariamente em cima de seus ombros.

Imagine a cena: alguém com medo, desesperado, sentindo no fundo do peito a enorme solidão da separação forçada, deitado num divã de consultório, contando suas mazelas. E o seu sofrimento. Imagine isso multiplicado por muitos casos, todos os dias.

Os psicólogos são heróis, como também são os que estão na linha de frente, nos hospitais entupidos, porque parte dos brasileiros não está nem aí para o próximo e sai e cai na farra e faz festa clandestina, sem se dar conta de que estão matando mais de mil pessoas todos os dias.

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Aliás, somos heróis, todos nós que vivemos de acordo com o que deve ser feito, com máscara, lavando as mãos, saindo só quando não tem jeito.

O mundo está fora da caixa, da rotina, do que se espera. Então uma energia diferente faz parte do quadro. Por isso é preciso ter cuidado.

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