Pessoas do bem
Pergunte para a mãe do pior assassino o que ela pensa de seu filho. A resposta será: ele é meu filho, eu o conheço, ele não é tão ruim quanto dizem… ou coisa parecida.
Todo mundo tem alguém que o ame. Alguém para quem ele é importante e faz a diferença. E para esse alguém, quem é importante para ele é bom, cheio de qualidades, que o fazem especial.
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Julgar quem é bom e quem não é tem muita subjetividade, tem muito achismo, empatia, valores, parceria, caráter, admiração e mais milhares de razões que justificam o julgamento.
Palavra cruel. Julgamento. Quem somos nós para julgar o próximo? Como disse o poeta: Quem nunca levou porrada? Meus amigos são todos semideuses.
Será? Viver neste mundo é perigoso. O diabo está em cada esquina, nos rodamoinhos que o vento levanta ao redor de nós.
Errar é humano e errar muito é mais humano ainda. Por isso fico sempre com um pé atrás quando alguém me diz que sabe das coisas, que faz o bem, que está sempre certo, que sua verdade é a verdadeira verdade e outras afirmações no gênero.
Também tenho muito medo dos falsos modestos e dos que se ajoelham nas igrejas e batem no peito, alardeando sua fé, enquanto na rua fazem de conta que não enxergam as mazelas da vida, nem se sentem inibidos em passar a perna no próximo.
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Graças a Deus existem as pessoas de bem. E elas são a grande maioria. Apenas não contam porque fazer o bem não exige banda de música, nem fanfarra, nem discurso empolado.
As pessoas de bem dormem o sono dos justos, sem esperar nada em troca. Elas apenas se entregam, cada uma de seu jeito. E isso basta.
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