Antes de São Paulo
Antes de 1532, quando Martim Afonso de Souza oficializou a primeira vila do Brasil, a região de São Vicente já era conhecida como Porto dos Escravos e era parada obrigatória para grande parte das naus e caravelas que cruzavam o Oceano Atlântico, vindas da Europa.
Meses de travessia, sob as mais severas condições, cobravam um alto preço, principalmente da tripulação, que precisava ter os quadros repostos para compensar as mortes no mar.
O Porto dos Escravos era um dos pontos ao longo da costa sul brasileira onde a reposição era feita e índios aprisionados no interior do continente passavam a substituir os marinheiros europeus mortos no trajeto. Os outros eram Cananéia e Santa Catarina.
Curiosamente, os três locais ficavam no final de três variantes do caminho do Peabiru, a estrada aberta pelos incas, ligando o altiplano peruano ao oceano Atlântico.
João Ramalho, por volta de 1515, subira a serra de Paranapiacaba e se associara com os tupis do planalto de Piratininga para prear os guaranis que seriam vendidos para repor as tripulações defasadas pela travessia do mar oceano.
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Em 1532, depois de navegar até bem mais ao sul, Martim Afonso, no comando da primeira expedição colonizadora do Brasil, escolheu o Porto dos Escravos como o local para formalizar ocupação e consolidação da posse da terra, criando a vila de São Vicente.
Em seguida, levado por João Ramalho, subiu pelo Peabiru até o Planalto de Piratininga, local da taba de Tibiriçá, sogro e sócio de João Ramalho nas entradas de caça aos índios.
Percebendo as vantagens estratégicas da região, Martim Afonso fundou Piratininga, a vila original do que viria a ser São Paulo.
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