Pressione enter para ver os resultados ou esc para cancelar.

Ser chefe não é parecer que é chefe

O Brasil é um país com características interessantes. Não que as outras nações também não tenham particularidades próprias, que as fazem tão interessantes quanto o Brasil.

Mas o que interessa agora é uma mania tipicamente nacional. Uma mania profissional, ou um mau hábito adotado por milhares de profissionais, que acham que ser chefe é mandar, dar ordens, sentar na mesa do chefe, cruzar as pernas e ficar vendo a banda passar no ritmo torto que a distorção causa entre os subordinados e outros chefes que sabem que ser chefe é muito mais.

Ser chefe é assumir responsabilidades, dar o exemplo, ensinar como se faz, ter paciência com quem não sabe, mostrar o caminho das pedras, responder pela equipe, levar a culpa pelo erro e consertar a casa, dando a cada um o que é de cada um, seja incentivo, punição ou recompensa.

Você pode se interessar:

É curioso como tem chefe que acha que ser chefe é andar com cara de chefe, se vestir com roupas de chefe e almoçar fora com hipotéticos clientes que invariavelmente não viram novos negócios, nem garantem os que já existem.

O maior problema dos chefes que não sabem ser chefes é que eles atrapalham o andar da empresa. Boicotam os que podem lhe fazer sombra, incentivam os puxa-sacos, invertem a ordem natural das promoções e complicam o negócio, colocando em postos chaves protegidos que não dão conta do recado.

Ser chefe é dar o exemplo. O Brasil vai mal porque nossos últimos líderes deram maus exemplos na vida pública e isso se espalhou para o mundo real. É preciso resgatar os chefes competentes. Mas para isso é preciso que eles possam aparecer. Às vezes um pente fino para saber quem faz o quê é um boa forma de consertar o que está errado.

Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Ouça esse conteúdo:

 

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.