O parque Minhocão
O Minhocão, antigo elevado Costa e Silva, que num ato de barbárie e falta de respeito com a cidade praticado por nossos vereadores se transformou em elevado João Goulart, vai virar parque.
Meu amigo Atos deve estar feliz. Afinal, tem alguns anos que ele comandou a criação da Associação Parque Minhocão, projeto de que eu tive o privilégio de participar.
Controverso, durante décadas o Minhocão tem sido um dos principais corredores do trânsito da cidade.
Construído por Paulo Maluf, na primeira vez que foi prefeito, ainda nas décadas de 1960 e 1970, o Minhocão foi responsável pela deterioração de uma região que tinha desde prédios de alto luxo até cortiços, irmanados e dividindo as laterais da Avenida São João.
Criticado desde sua construção, era também visto por muitos especialistas como a solução mais eficiente para resolver os problemas de trânsito que então já infernizavam a cidade.
O Minhocão é feio. O Minhocão criou uma zona sem chances de recuperação, transformada em moradia para centenas de pessoas sem outro lugar para morar, embaixo de sua estrutura.
O Minhocão pode renascer com outra cara, outra utilidade, outra importância no cenário urbano.
Transformar sua estrutura em um parque suspenso abre um universo de oportunidades para a recuperação de uma área nobre que foi degradada.
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Mais do que isso, nas suas extremidades estão, de um lado, o Largo do Arouche e a Praça da República e, de outro, o Parque Fernando Costa. Por que, depois de transformar o Minhocão em parque, não unir toda essa área num projeto da importância do Ibirapuera para a qualidade de vida de milhões de paulistanos que vivem no seu entorno?
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.
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