Defesa Civil
No sábado, 9 de março passado, quando voltei de um casamento, dei com uma enorme tipuana caída na rua e na calçada, na esquina de casa. A árvore não tinha resistido ao vendaval que assolou a região, por volta das cinco e meia da tarde, e veio abaixo, justamente quando minha filha saía da minha casa, debaixo da tempestade insana que se abateu sobre São Paulo.
Mais ou menos às 23 horas, telefonei para a Defesa Civil do Município de São Paulo. Foi uma conversa insana, não por culpa do funcionário, mas pelas informações solicitadas para o cadastro.
Eu disse onde a árvore tinha caído, que ela estava atravessada na pista, até a calçada do outro lado e tinha levado junto a rede elétrica.
A pergunta seguinte foi se a queda arrancou as raízes ou foi só o tronco. Respondi que não sabia, mas não via no que essa informação poderia interferir no fato dela cair levando junto a fiação elétrica.
Quando falei que a rede elétrica tinha sido rompida, a pergunta foi se a árvore estava energizada. Disse que não sabia e que também não iria colocar o dedo para verificar.
Você pode se interessar:
O atendente, muito educado, me pediu de novo o local e eu disse avenida tal, esquina com rua tal. Aí veio a surpresa: ele disse que precisava saber o número na rua. Eu disse que o número eu não sabia, mas que era exatamente na esquina da avenida com a rua.
“Se o senhor não sabe o número, a Defesa Civil não pode fazer nada. A esquina citada pelo munícipe não é ponto de referência.”
Fiquei estarrecido e perguntei se o número da minha casa servia. Afinal, fica na esquina onde a árvore caiu, mas ele disse que não, que precisava o número da avenida. Pedi que aguardasse, saí de casa e fui ver o número. Voltei e informei. Ele completou a ficha e disse que, como era urgente, a Defesa Civil iria rapidamente. Até 14 de março ela não apareceu.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.
Ouça esse conteúdo: