Chuvas de Abril
As chuvas de março se mudaram para abril. O que choveu em São Paulo nos dias 8 e 9 passados só não impressionou mais porque foi nada perto do que choveu no Rio de Janeiro, exatamente nos mesmos dias.
As chuvas que atingiram o Rio de Janeiro mostraram que a realidade é muito mais cruel do que os filmes de desastres. A capacidade de causar danos de todos os tipos, filmada por meros celulares, deixou o melhor diretor pequeno diante da realidade.
O Rio de Janeiro se transformou num enorme rio que se espalhou pelo leito formado pelas ruas da cidade, competindo em volume de água com os grandes caudais nacionais.
Correu água como corre por um Rio Paraná. Muito mais fortes e violentas do que as águas do Rio Tietê, em boa parte de seu curso.
As águas de março perderam a vez. A soma das chuvas do Rio e de São Paulo mostra que o fenômeno não é um evento isolado. E se choveu agora, pode chover em qualquer outra época, daqui para frente.
As chuvas de verão passaram a ser seguidas pelas chuvas de outono. E como elas chegam depois, decidiram entrar de sola, com os dois pés no peito, para mostrar que são tão ou mais poderosas que as primas de verão.
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Quem pode mais chora menos e quem pode mais são as chuvas de outono. Se elas entraram em cena para mostrar que o mundo está mudando ou simplesmente caíram porque um fenômeno atípico se formou sobre o Brasil é indiferente. Elas caíram de uma forma brutal, sem pedir licença para ninguém, e isso basta.
Quem manda é a natureza. Contra ela podemos muito pouco. Então é hora de o país começar levar a sério os sinais do clima e tomar as providências necessárias para impedir que milhares de pessoas sejam atingidas por eventos cada vez mais fortes porque estão em áreas de risco.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.