Berlim, 1978
Berlim é das cidades mais fantásticas do planeta. Dona de uma história antiga, que cresce com a passagem dos séculos, a capital alemã é linda, misteriosa, fascinante, cruel e generosa.
Completamente reformada e reconstruída depois da reunificação do país, com status de Capital da Alemanha, Berlim, hoje, é das cidades mais pujantes e modernas da Europa.
Mas nem sempre foi assim. Durante décadas, Berlim foi separada por um muro feio e sujo, destinado a impedir que os alemães orientais saíssem da antiga República Democrática Alemã para se estabelecerem na República Federal da Alemanha.
Os dois países foram o resultado da divisão da Alemanha entre as potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial. A República Democrática Alemã, comunista, era indiretamente governada pelos russos e a República Federal, democrática, foi criada a partir da união dos territórios sob controle dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e França.
Eu morei em Berlim em 1978, quando a cidade era cercada pelo Muro. Foi uma experiência fantástica, sob todos os aspectos. Mas o mais importante foi o que eu aprendi sobre a vida, vivendo numa cidade que poderia ser invadida a qualquer momento por tropas muito mais numerosas, aquarteladas em volta da fronteira.
Não era só Berlim que era separada por um muro. A fronteira dos dois países, de norte a sul, era um enorme muro, e a polícia alemã oriental não hesitava em abrir fogo contra quem tentasse cruzá-la.
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A vida na cidade tinha ritmo mais acelerado. Ninguém pensava na invasão, mas sua possibilidade transmitia uma energia que se espalhava por Berlim Ocidental e se materializava nas artes, no ritmo da vida, nos bares e cafés, entre eles, um restaurante brasileiro chamado Cangaceiro.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h