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Um drama chamado burocracia

A burocracia brasileira tem o dom de parar o país e todos que, de uma forma ou outra, pretendem, não mudar o mundo, mas simplesmente trabalhar, gerar riquezas, contratar gente e pagar impostos.

Até para isso a burocracia é capaz de complicar a vida das pessoas. Receber impostos deveria ser o sonho de consumo de todos os governos. Pasme! O Brasil adora impostos, mas a burocracia complica o seu pagamento.

E não são apenas os impostos que são difíceis de serem pagos. Acontece de as vezes alguém ser dado como morto, sem ter morrido. A mão de obra que dá “ressuscitar” é alguma coisa inacreditável.

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Não imagine que você se apresentar vivo e dizer “eu sou fulano de tal e estou vivo” resolve. Também não adianta chegar e, além de dizer “eu sou fulano de tal”, entregar seus documentos. Não resolve.

É preciso um processo para provar que você está vivo. Você estar vivo, dirigir automóvel, usar cartão de crédito, jantar fora, trabalhar todos os dias, não significa nada. Para o governo não quer dizer que você esteja vivo.

Na visão burocrática nacional você pode fazer isso tudo morto. Ninguém sabe muito bem como, mas como não aceitam a sua presença física, vivo e bem de saúde, como prova de que você está vivo, é provável que o governo saiba de alguma forma de fazer tudo isso morto.

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Aliás, é mais ou menos a mesma coisa com a Previdência Social. Você tem que provar que está vivo. Até aí, ok. Tem muito golpe em cima das aposentadorias. Mas exigir que alguém que movimenta regularmente sua conta corrente tenha que ir ao banco para provar que está vivo não faz sentido.

E isso vale para praticamente todas as situações cotidianas. Você poderia resolver em 15 minutos, mas a burocracia não deixa. Aí custa caro.

Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.