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Ipês rosas mostram para o que vieram

As floradas dos ipês, todos os anos, são maravilhosas. Um ano uma árvore pode brilhar mais do que outra, mas no geral são momentos de festa, de êxtase, de contemplação e mergulho no próprio interior, na busca pelo pedaço de alma que esconde a ternura pela beleza e o encantamento diante da vida.

Este ano não é diferente. Os ipês rosas abrem a sessão com festa. Como sempre, seus cachos de flores deslumbram, mas algumas árvores deslumbram mais do que as outras.

Certos ipês decidiram que em 2019 se superariam e o estão fazendo com a sem cerimonia de quem sabe o que tem na manga e quanto vale seu par de dois.

Jogo de truco é coisa fora de moda. Dizem que olhar as árvores floridas também. Então, se for assim, graças a Deus estou fora de moda, porque uma árvore florida me atrai como imã puxando limalha de ferro.

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Os cemitérios são um bom lugar para procurar árvores com floradas extraordinárias. Afinal, os cemitérios da Consolação, do Araçá e São Paulo têm vários ipês para alegrar o sono de seus mortos e eles fazem isso com zelo, convencidos da beleza e da importância de sua missão.

Mas tem também árvores soltas, escoteiras, plantadas aleatoriamente pelas calçadas da cidade. Algumas delas estão mais floridas e mais bonitas do que os ipês dos cemitérios.

Tem no Pacaembu, em Higienópolis, no Butantã, no Brooklin, na Cidade Jardim, enfim, nas mais variadas regiões, sem esquecer o Alto de Pinheiros e os Jardins.

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Mas, se a maioria é bonita, algumas vão além das percepções sensoriais, das cores e dos cachos. Entram de cabeça em experiências cósmicas e se enfeitam como se fossem gerar um planeta em suas flores.

Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.