Pra pensar em casa
O coronavírus está aí, na sua corrida contra o tempo, para fazer o maior número de vítimas, antes da pandemia começar a recuar.
O Brasil mudou de cara, de hábitos, de jeito de ser. As ruas de São Paulo, quase vazias, mostram a violência e a profundidade com que fomos atingidos.
O soco acertou a boca do estômago e até agora ainda não soubemos como sair do canto. As medidas adotadas são as recomendadas pela Organização Mundial da Saúde, o país está fazendo a lição de casa, mas tem um tempo que tem que passar, para as coisas começarem a retornar ao normal.
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O coronavírus entrou em nossas casas com a violência e a rapidez com que atingiu o resto do mundo. Veio, viu e fez a festa, se espalhando por todos os continentes numa velocidade muito mais alta do que se esperava no começo da epidemia chinesa.
A imprensa em geral dedicou espaço e tempo para ele. Especialistas, jornalistas, apresentadores, empresários, simples cidadãos, todos foram ouvidos sobre os efeitos dramáticos do coronavírus na vida de cada um.
É bom ter sido assim, a população tomou consciência do perigo e aceitou as medidas para minimizá-lo, mesmo tendo que mudar sua rotina.
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Penas que não tenhamos a mesma percepção de outros problemas que custam mais caro do que o coronavírus.
A dengue é uma epidemia brutal, com características de endemia em várias regiões do país. A chicungunha vem na cola da dengue. O sarampo segue a chicungunha e a hanseníase está fora de controle.
Para não falar nos 60 mil homicídios e 40 mil mortes no trânsito que todos os anos enlutam o país. Se o coronavírus servir para abrir nossos olhos para as outras tragédias, seu preço, ainda que caro, fica suportável.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.