É só mais uma praga
Não tem jeito, acabou. A pandemia foi pro saco. O brasileiro incorporou o coronavírus à sua rotina. É só mais uma pedra no meio do caminho.
Ninguém mais presta atenção no vírus. É só olhar como as pessoas usam as máscaras, quando as usam. Vai no queixo, como se fosse por lá que o vírus entra no organismo.
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Agora, além de dengue, chicungunha, malária, sarampo, febre amarela, hanseníase, assassinatos, mortes no trânsito, acidentes do trabalho, abortos ilegais e outros agentes que nos levam para outra vida, temos também o coronavírus e a covid19.
Bem vindo, coronavírus, o pasto é seu. O Brasil está aberto e de braços abertos para receber sua carga de mortes, hoje, na casa de mais de mil por dia e com tudo para ficar muito tempo assim.
É o patamar mais alto de todos. A dengue está indignada porque, em todos os anos que correu solta, nunca chegou nem perto. O vírus H1N1 também está revoltado, afinal, está aqui há mais tempo e nunca conseguiu um desempenho semelhante.
Ao que parece, o brasileiro enjoou de tomar cuidado. Aceitou a máxima do Presidente e se convenceu de que, como todo mundo morre – não sendo ele -, tanto faz se a conta engrossa em mais 300 mil mortos por ano.
A esperança é a vacina, mas até ela chegar será complicado. Os que não querem morrer e tomam cuidado estão diariamente ameaçados pelos que não usam máscara, nem se preocupam com a pandemia.
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E a vacina, com sorte, só chega para valer depois da metade do ano que vem. Ainda que seja rapidamente aprovada, até entrar em produção e ser distribuída, vai tempo debaixo da ponte e não tem como apressar. Pra complicar, aqui é o Brasil. Como somos espertos, sempre demora mais.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.