O que podia acontecer, aconteceu
O que podia acontecer, aconteceu. Os testes com a vacina de Oxford estão suspensos. Quer dizer que, mesmo que a vacina volte a ser testada, seus prazos serão atrasados, o que torna muito difícil o Ministro Interino da Saúde cumprir sua promessa e vacinar todo mundo em janeiro do ano que vem. A vacina de Oxford é a aposta do Governo Federal.
Os testes com a vacina chinesa, patrocinada por São Paulo, continuam e pelo jeito vão caminhando dentro do esperado e com chances de darem certo. Mas são chances e não certeza, o que faz uma enorme diferença.
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A vacina russa, que muitos duvidavam que funcionasse, parece que é séria e será disponibilizada para a população russa imediatamente, quer dizer, em dois meses teremos gente efetivamente vacinada contra o coronavírus e protegidos pela vacina em que o Paraná apostou.
O problema é que o brasileiro acha que já está tudo certo, que a covid19 já foi controlada e por isso está vivendo como se já tivesse acontecido aquilo que pode acontecer.
Entrou de sola na vida boa, farta e descuidada que era a regra do mundo antes do coronavírus chegar. Jogou a doença no saco das mazelas nacionais e, como está convencido de que a cura está logo aí, liberou geral, como ficou explícito nas cenas do feriado de sete de setembro, filmadas no país inteiro.
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Entre secos e molhados, as chances de termos uma vacina antes do segundo semestre do ano que vem são baixas. Não tem porque acontecer o que está fora do cronograma dos fabricantes e dos prognósticos da Organização Mundial da Saúde.
Como agora só temos a ajuda dos santos e nem sempre eles colaboram, vamos tomar cuidado. Não é hora de fazer festa.
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