Não acredite em conto de fadas

Não acredite em conto de fadas. A pandemia não foi embora, nem essa história teve final feliz. Se a Europa está na segunda onda do vírus, que chegou modificado e mais forte, nós não saímos da primeira e vamos surfando tranquilamente, sem perceber que estamos em cima dos recifes e que, se cair, o estrago é certo.

As mortes continuam na casa das centenas, todos os dias. A vacina é conversa para político fazer política e, se chegar, é só no ano que vem. Até lá, desfilar de biquini pelas ruas do Leblon é tão inteligente quanto beber chope no empurra-empurra das calçadas da Baixa Augusta.

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Cada vez mais tem menos gente usando máscaras e boa parte de quem usa continua convencido da grande descoberta nacional: o vírus não entra pela boca, nem pelo nariz, o vírus entra pelo queixo.

Não tem o que fazer. Eu sei que é muito chato, que seria melhor não ter coronavírus, mas, infelizmente, é assim que as coisas são. O vírus está aí e, apesar do Brasil ser diferente dos outros países e a epidemia avançar em outro ritmo, ela segue em frente, viva e forte, cobrando sua taxa de mortes todos os dias.

Tem quem diga que nós não teremos a segunda onda. Pode ser. Eu não tenho bola de cristal, mas é justamente não ter bola de cristal que me permite ver que continuamos na primeira onda e que ela é alta e a água embaixo é rasa e que cair é fácil.

Pode mais quem chora menos. O duro não é chorar de alegria porque o Corinthians não caiu para a segunda divisão, triste é chorar porque alguém, amigo e próximo, morreu vítima da Covid19.

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A cena se repete diariamente. Centenas de brasileiros perdem seus parentes e amigos vitimados pela Covid19. Seja esperto! Não entre nessa, não acredite em conto de fadas, use máscara. A pandemia não foi embora.

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