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Os nomes

 

Nome é muito pessoal, por isso mesmo cria situações inusitadas. Eu sei de um cidadão que atendia por Antonio, mas o nome era Francisco. O pai foi ao cartório e registrou como Francisco, mas, quando chegou em casa e contou para a mãe, ela disse que não gostava e perguntou por que não tinha registrado Antonio, como tinham combinado. O pai respondeu que não tinha problema, que o filho seria Antonio e batizou a criança como Antonio, nome que pelo qual ele atendeu por toda sua vida.

Você conhece uma pessoa, o nome dela é Gislane, mas você acha que tem cara de Maria. Da mesma forma que ela pode achar que você tem cara de Jezebel. Nem sempre os nomes estão de acordo com o seu titular.

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Sei de um Hércules que era baixinho e Fernão Dias Paes, o bandeirante, numa época em que altura humana mal e mal chegava nos um metro e sessenta, tinha mais de um metro e oitenta.

Os pais escolhem os nomes dos filhos com todo o carinho, mas a quantidade de filhos que não gostam do nome faz perguntar se as crianças não deveriam ter um nome provisório, que seria ou não validado aos dezoito anos, com possibilidade de troca, de acordo com a vontade do interessado.

Me contaram a história de um cidadão que, aos dezoito anos, ganhou do pai mais um nome em complemento do nome original e que ele voltou a tirar no dia seguinte da morte do pai.

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Também tem uma pessoa que queria ser nobre e, como não era, entrou com uma ação na Vara de Registros Públicos para alterar o nome, adicionando como primeiro prenome “Conde”.

Em época de eleição, a criatividade dos nomes dos candidatos atinge patamares inacreditáveis. É Xiquinho da Porca, João do Cavalo Bravo, Sinhozinho do Presidente, Zé Pelé-Garrincha, Pastor, Cardeal, Santo, Apóstolo, etc. Dando voto, tá bom, tanto faz se o nome é ridículo ou não.

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Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.