Carinho

Carinho é gostoso de sentir e de fazer. Não tem quem não goste, quem não queira, quem não precise, ainda que dizendo que não, num momento mais duro, destes em que a vida vêm e onde a vida pega.

Carinho é compreensão, é troca de segredos, de vontade dar e receber.

Carinho é abrir o peito e a mente para as coisas da vida que são parte da vida de alguém que nos é caro e que nós amamos e pra quem queremos todo o bem que vida tem.

Carinho é ver o mundo com olhos de poeta e aceitar o mundo como um verso longo e bonito, que se estende até o fim do universo ou até o palácio dos sonhos.

Carinho é querer bem e demonstrar. Carinho é o querer bem aplicado na prática, num gesto, num olhar, num sorriso ou numa lágrima, que cai feito uma promessa que não foi quebrada, como um comprometimento com a beleza do mundo, na vida de uma pessoa.

Carinho é querer pro outro o que queremos para nós mesmos, mas de uma forma mais delicada, como se o outro fosse algo frágil e quase inconsútil, ainda que sendo forte feito um touro, ou um lutador de sumo.

Carinho é querer bem tão profundamente que o gesto para exprimir tanto querer tem que ser leve, como a nuvem branca que mancha quase que sem marcar o azul do céu de um dia outono.

Carinho é te querer como você é. Com seus defeitos e suas qualidades e te querer tão intensamente que tudo que sai é um suspiro mais fundo, onde a vida e todas as suas bênçãos, o sonho e sua magia, passam de mim para você, com a intensidade das tempestades cósmicas carregando os cometas.

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