O upgrade do cafezinho
Cafezinho sempre foi cafezinho. Alguns parecem mais uma maldição, outros são bons, e um terceiro é feito com receita estrangeira, com canela, leite e creme, e é uma delícia.
Cada um tem o cafezinho que merece. Acho que por isso existe pouca coisa pior do cafezinho de repartição pública. Não sei se é tortura para quem vai nelas, ou vingança de quem faz o café, o fato definitivo é que cafezinho de repartição pública tem pouca coisa igual de tão ruim que é, além de ser fraco e servido frio.
Mas existem outros cafezinhos que compensam o desastre e são muito gostosos, como se fossem feitos de propósito para serem comparados com o café das repartições públicas e deixar o cidadão com mais raiva ainda.
E existem os cafezinhos que são ótimos, feitos no capricho e por isso custam caro, mas compensam.
Cada dia mais os bons cafés proliferam, em quiosques, lojas, e casas especializadas, onde são servidos como que seguindo um ritual mágico, capaz de nos levar até o paraíso para ver Eva deitada nua, conversando com a cobra, antes de comer a maçã.
Durante décadas o Brasil produziu e exportou o melhor café do mundo. Para nós sobrava uma palha seca, queimada e escura, com um vago gosto de café para enganar o paladar.
O café das repartições públicas era feito com o tipo mais barato, por isso ficava ainda pior.
Agora as coisas estão mudando e o brasileiro já pode tomar um a café muito bom, com gosto de café bom, preparado como café bom, para ser bebido como café foi feito para ser bebido. Graças a Deus.
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