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Temos metade das vacinas que o Governo dizia

O que era uma sensação forte se tornou certeza. O Governo confirmou que temos metade das mais de 500 milhões de vacinas contra o coronavírus. Os números informados estavam inflados de boas intenções, ou intenções não tão boas assim, mais focadas em esconder o que o governo não fez desde o começo da pandemia.

O Governo Federal não fez quase nada. Além de catapultar a venda de cloroquina e outros remédios sem qualquer eficácia comprovada no combate ao coronavírus, o Governo negou, escondeu e atrapalhou de todas as formas as ações destinadas a combater a propagação da covid19 pelo território brasileiro.
Agora, mais um absurdo vem à tona. Absurdo, aliás, absolutamente em linha com as informações fornecidas e desmentidas em seguida pelo próprio Ministério da Saúde.

Todo mês é a mesma coisa. O Governo informa que teremos um número X de vacinas e, poucos dias depois, o Ministério da Saúde, quietinho, sem fazer alarde, diminui significativamente o número anteriormente informado. Coisa de quarenta e tantos milhões de vacinas é reduzido para trinta e poucos milhões e por aí vai.

Pode mais quem chora menos. Na briga entre o vírus e a população, o vírus vai ganhando de lavada. O placar pode ser visto nos quase quinhentos mil mortos, a maioria em 2021.

A CPI da pandemia pode fazer um trabalho sério, capaz de mostrar o que aconteceu desde que o vírus desembarcou no país, no começo de 2020. Se vai fazer ou não ainda é cedo para se dizer. O dado apavorante é que parte da população, incentivada pela mais alta autoridade da nação, não toma nenhum cuidado e se expõe, e expõe milhares de pessoas que não têm nada com isso a contraírem a doença.

 

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.